Se você é Diretor de Marketing, pode confessar: com certeza já se pegou pensando na pergunta do título, não é?
Fique tranquilo, você não é o único. Não importa quais modelos de gestão você utilize em sua empresa, nós sempre esbarramos na sensação de que precisamos monitorar continuamente nossa equipe, não é?
E isto não necessariamente significa uma questão de “insegurança” ou falta de confiança no time. Mesmo os líderes mais flexíveis e “desapegados”, capazes de delegar as tarefas com tranquilidade para a equipe, muitas vezes precisam de recursos e mecanismos para conferir e ajustar o que foi feito, a fim de entregar o que todo o CMO quer (ou deveria querer): RESULTADO.
Vivemos hoje um dilema que gera profundo impacto não só nas relações entre gestor e equipe, mas também na entrega dos resultados e na eficiência do time. Ao mesmo tempo em que as empresas focadas no crescimento acelerado querem dar mais autonomia aos colaboradores, muitos gestores ainda não se sentem à vontade para “abrir mão” dos processos e insistem em centralizar toda a operação.
Não me entenda mal: claro que eu sei que os diretores apenas desejam garantir a qualidade das entregas, tanto quanto a velocidade das mesmas. Este texto não se trata disso. O que quero discutir aqui é como superar o desafio de orientar a empresa para o crescimento acelerado e escalável com uma gestão eficiente do time de marketing.
Como lidar com esses desafios, então? Como monitorar minha equipe e vê-la capaz de entregar as demandas com celeridade, sem comprometer a qualidade?
Vou levantar neste texto os principais pontos em que o CMO deve estar especialmente atento para monitorar sua equipe de marketing de forma eficiente.
Vamos lá?
Autonomia x Centralização
Primeiro, defina qual é o seu perfil de gestor: centralizador ou libertário?
Talvez, contrapondo dessa forma, você ache que estou sendo radical, sem enxergar os diversos “pontos cinzentos” entre esses dois extremos. Mas estou, sim, considerando. Basicamente porque alguém extremamente centralizador ou libertário dificilmente conseguiria gerir um time de marketing bem sucedido.
O que quero com essa pergunta incisiva é propor uma autorreflexão.
Sabe aquele velho papo de que o time é o reflexo do seu líder? Acredito bastante nisso e já pude comprovar a verdade dessa máxima inúmeras vezes.
O grande ponto é este:
“Você não pode ser um obstáculo para o seu time.”
Ricardo Fernandes, Diretor de Marketing da Colnaghi Imóveis, também concorda com esse ponto, e acrescenta ainda mais à discussão, apresentando as funções gerenciais que os CMOs precisam ficar mais atentos hoje:
Ricardo Fernandes, Diretor de Marketing:
“No atual momento que passamos, há 3 funções gerenciais que se destacam e que são indispensáveis a um gestor de marketing: Exercícios de criatividade, realização de PDCA e saber escutar o seu colaborador.
O PDCA é a principal ferramenta para que nada perca o prazo, a qualidade e demais valores. Com o PDCA você inicia um job, acompanha, ajusta e aprende para a próxima vez com seus erros – é como lapidar uma tarefa praticamente até ela ficar perfeita!
Os exercícios de criatividade e a capacidade de poder escutar, dar e receber feedback serão valiosas para a reflexão e busca por melhorias não ligadas diretamente ao trabalho ativo em um computador, mas como pessoas e seus objetivos.”
É preciso pensar além e entender como o seu perfil de gestão impacta sua equipe.
Se formos começar a pensar em conceder mais autonomia para o time, é necessário primeiro avaliar:
- Meus analistas mais seniores estão prontos para lidar com as novas responsabilidades?
- Minha equipe tem capacidade e experiência para gerenciar o próprio processo produtivo?
- As funções de cada um estão bem definidas?
- Consegui estabelecer as metas individuais e gerais?
- Conto com uma ferramenta de controle do fluxo de tarefas para supervisionar o andamento do trabalho?
Horizontalizar os processos não significa só achatar o organograma da empresa. Mais do que isso, consiste em romper as barreiras invisíveis de atuação e propor que cada colaborador possa solucionar os problemas relacionados à sua respectiva atuação.
Existem tarefas simples que dispensam certas formalidades.
Veja um exemplo: por que eu, CMO da empresa, devo interromper meu planejamento para que o redator me pergunte se pode enviar um material que já foi revisado por ele – um especialista – para o cliente?
Se você confia na qualidade do seu profissional, isso não faz sentido. É apenas um processo improdutivo.
E se você não confia, por que raios ele ainda trabalha aí?
Metas x Resultados
Uma coisa é estabelecer metas agressivas, outra muito diferente é estabelecer metas inatingíveis.
Nino Carvalho, consultor de Marketing Digital e Coordenador do MBA de Marketing Digital da FGV em todo o Brasil, alerta sobre os perigos de se estabelecer metas excessivamente ousadas:
Nino Carvalho, Consultor de Marketing Digital:
“Se você estudar tanto autores ou pesquisadores que falam sobre gestão de pessoas quanto a teoria de expectativas e percepções de Marketing de Serviços, verá que isso não é uma prática saudável, simplesmente porque não é sustentável. Em certo momento, com essa evolução acontecendo, o que você antes conseguia entregar como o seu máximo, passa a ser o mínimo aceitável por quem vai receber.
Concentre-se em superar as expectativas em apenas dois momentos específicos: o primeiro é quando você deseja conquistar o cliente, então você vai além para traze-lo para perto de você; e o segundo momento é quando você fez algo de errado, ou seja, uma falha no serviço, para recuperar o cliente e pedir perdão.”
Se, em vez disso, as metas forem praticamente impossíveis, a sua equipe irá atropelar os processos de produção numa ânsia de entregar tudo, mas, no fim, não conseguirá entregar o mais importante: RESULTADO (olha ele aí de novo!).
As metas de cada profissional do seu time devem compor as bases para que o resultado esperado pela empresa seja alcançado. Há quem faça planos de meta bimestrais ou trimestrais, mas isso não importa muito. O fundamental é que as expectativas estejam alinhadas. Para tanto, você deve se focar em três etapas:
- Criação de metas e entregas
- Plano de ação
- Foco nos resultados
CRIE METAS PARA A SUA EQUIPE
Criar metas torna o trabalho escalável e é básico para uma boa gestão de pessoas. Proponha objetivos possíveis ao seu time, a partir das estatísticas de rendimento anteriores da agência. Pesquise nas páginas online da concorrência e no LinkedIn, contate seus conhecidos do mercado e procure basear suas metas nos dados mais concretos possíveis.
No entanto, tão importante quando estabelecer metas é cobrar qualidade nas entregas. Aí entra a importância de ter processos bem alinhados e um plano de ação claro.
Uma forma clara para o estabelecimento de objetivos e metas é a metodologia S.M.A.R.T. Você pode conhecer mais sobre essa metodologia aqui.
PLANO DE AÇÃO
O plano de ação funciona como um “mapa da tarefa”. Tenha como exemplo a produção de um conteúdo rico. Para entregar o material, antes é necessário fazer o briefing do texto, a confecção da landing page, a campanha de divulgação e a redação do ebook. Cada uma dessas etapas constitui o plano de ação, cujo objetivo é a criação do conteúdo rico. Porém lembre-se de que a composição do plano deve ser pensada de acordo com o tempo e os recursos disponíveis.
FOCO NO RESULTADO
Não importam aqui os processos de execução. A questão central é: sua equipe é capaz de entregar os resultados dentro do prazo? Se a resposta for sim, ótimo. Se não, é preciso identificar qual parte do plano de ação está impedindo o cumprimento da estratégia.
Uma grande vantagem das ferramentas de marketing digital é conseguir avaliar os resultados em dados. Tráfego orgânico, geração de leads, velocidade do site, aumento de páginas indexadas: todos podem ser mensurados em tempo real, então, use isso a seu favor.
Não perca tempo para descobrir o que deve ser melhorado. Gaste esse tempo para pensar nas soluções.
Agilidade x Qualidade
Ainda há quem acredite que agilidade e qualidade são antagônicas. Justificam com exemplos cotidianos de estratégias que foram por água abaixo devido à pressa ou à falta de tempo hábil.
A questão é que agilidade não pode ser um método, e sim um resultado dos seguintes fatores:
- Definição de objetivos primários e secundários
- Ferramenta para controle das metas
- Reuniões rápidas de alinhamento
- Encontros mais longos para elaboração de planejamentos mensais
- Boa comunicação entre a equipe
- Colaboracionismo
- Uma plataforma que unifique e permita uma visão panorâmica das tarefas concluídas, em andamento e a serem realizadas pelo time
Não pressione a sua equipe simplesmente por agilidade, mas lhes dê os instrumentos necessários para que possam executar suas funções melhor e mais rápido.
Treinamento e capacitação do Time
Justamente quando falamos sobre oferecer os instrumentos necessários para que o time possa trabalhar melhor e entregar mais qualidade, nós falamos também sobre treinamento. Nesse contexto, treinar a equipe significa muito mais do que instruir sobre novas ferramentas e processos. O treinamento entra como um fator imprescindível para manter toda a equipe “na mesma página”, nivelando-a e dando base para uma cultura de resultados.
No entanto, tão importante quanto o treinamento é a “Evangelização” do time de marketing. Muitas pessoas não gostam deste termo, mas aqui só ilustra o processo de aculturação com os novos hábitos da empresa. Veja bem, não se trata de impor novos processos ou de fazer uma “alienação” coletiva da equipe, mas sim de alinhar os objetivos e interesses de todos na empresa.
O Online Marketing Manager da Basico.com, Anderson Almeida, considera fundamental:
Anderson Almeida, Online Marketing Manager
“Quando nos deparamos com a falta de algum ou de todos os itens acima é preciso muito mais do que um calendário repleto de reuniões internas e e-mails extensos, é preciso evangelizar a equipe de ponta a ponta.
A definição da visão, missão e dos valores da empresa é essencial para a criação de uma cultura de alta performance e com foco no cliente, e com a colaboração da equipe é ainda mais promissora. No livro “Satisfação Garantida” de Tony Hsieh, Fundador da Zappos nos EUA, ele deixa claro o motivo do sucesso inspirador da empresa: a cultura. A quem não leu, recomendo a leitura.”
Como dissemos no início, não é uma discussão sobre centralizar ou dar mais liberdade aos seus colaboradores. Até porque a presença junto à equipe é fundamental para que o CMO conheça de perto os pontos positivos e negativos da rotina de trabalho, mais do que a fiscalização dos processos.
A necessidade de monitoramento extensivo é inversamente proporcional à qualidade dos seus profissionais e à consciência da sua equipe sobre as tarefas que precisam executar diariamente para entregar o resultado ao cliente.
Está com dificuldades de GERAR resultados para a sua empresa?
Como gerar resultados concretos para a organização neste cenário caótico? O desafio é enorme, eu sei, mas não é impossível. Hoje, diversos gestores optam cada vez mais por seguir metodologias flexíveis o bastante para se adequar às suas realidades, mas metódicas o suficiente para mostrar um passo a passo no caminho que um gestão de marketing eficiente pode trilhar.
Sim, é possível. E se você quer saber como, nós teremos o maior prazer em te ajudar. Nossos consultores já ajudaram diversos empresários e diretores de marketing a gerar mais resultados para sua empresa, otimizando o trabalho do seu time.
Agende um horário para descobrir como podemos ajudar também o seu negócio.
No mais, estou à disposição. Caso tenha dúvidas sobre o assunto ou queria compartilhar suas experiências, fique a vontade para deixar um comentário.
Um grande abraço e até a próxima!